IBGE diz que vendas do comércio recuaram 1% em junho
Comparado a junho do ano passado, o setor varejista enfrentou uma retração ainda maior de 4%, segundo o IBGE.
Em junho deste ano, o comércio varejista brasileiro registrou uma queda de 1%, conforme o último relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este resultado foi o mais negativo desde dezembro de 2022 e superou as expectativas do mercado financeiro, que esperava uma retração de apenas 0,2%. A queda interrompeu uma sequência de cinco meses consecutivos de alta. O setor de supermercados, que é o principal no estudo mensal de comércio, registrou uma diminuição de 2,1% em junho, impactando negativamente o desempenho geral do varejo. Enrico Cozzolino, sócio da Levante Investimentos, comentou à Jovem Pan que essa queda expressiva pode ser atribuída a uma combinação de fatores, como altas taxas de juros, inflação elevada e endividamento das famílias. Cozzolino descreveu a situação do varejo brasileiro como um “filme de terror”, ressaltando a intensa competição e as baixas margens do setor.
Comparado a junho do ano passado, o setor varejista enfrentou uma retração ainda maior de 4%, segundo o IBGE. Entretanto, o segmento de super e hipermercados apresentou um crescimento de 3,5% no mesmo período. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, também comentou sobre o resultado, apontando que o setor continua enfrentando desafios, como a pressão inflacionária sobre os alimentos, que afeta o poder de compra das famílias. Apesar disso, áreas como combustíveis e equipamentos de escritório mostraram crescimento de 2,6% em junho, evidenciando resiliência em certos segmentos da economia.
Analistas do IBGE acreditam que o resultado negativo de junho foi uma exceção e não indica uma reversão de tendência, uma vez que o setor acumula uma alta de 8,3% no ano e crescimento de 5,9% nos últimos 12 meses. Espera-se que, com a estabilização dos fatores macroeconômicos, o varejo possa retomar o crescimento nos próximos meses. A análise detalhada dos dados sugere que, embora o cenário atual seja desafiador, há sinais de resiliência e potencial de recuperação em segmentos específicos do mercado.
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