O empresário Elon Musk, proprietário da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), anunciou que começará a divulgar uma "longa lista de crimes" atribuídos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a partir de domingo, 1º de setembro. A declaração de Musk ocorre após Moraes determinar a suspensão imediata da plataforma em todo o Brasil, medida que entrou em vigor na sexta-feira, 30 de agosto.

Em mais uma de suas frequentes críticas ao ministro, Musk, que também é dono da SpaceX, afirmou na rede social:

“Obviamente, ele não precisa obedecer às leis dos EUA, mas precisa obedecer às leis do seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz.”

Na sexta-feira, o X havia declarado que não cumpriria as "ordens ilegais" do ministro, alegando que tais medidas violam as próprias leis brasileiras. Musk intensificou suas críticas, afirmando que "estão fechando a fonte número 1 da verdade no Brasil" e que a plataforma é a maior fonte de notícias no país:

“É o que o povo quer. Agora o tirano Voldemort [em referência ao vilão da série Harry Potter] está esmagando o direito das pessoas à liberdade de expressão.”

O empresário também sugeriu que os usuários do X utilizem uma VPN (Virtual Private Network) para continuar acessando a plataforma sem serem identificados. Inicialmente, Moraes havia estipulado uma multa de R$ 50 mil para aqueles que utilizassem tal "subterfúgio", mas recuou após a repercussão negativa, inclusive entre especialistas em direito.

Musk não se limitou às críticas diretas. Em uma de suas publicações, compartilhou uma imagem satírica envolvendo o ministro, enquanto em outra denunciou o que chamou de "regime opressivo" no Brasil:

“O regime opressivo no Brasil tem tanto medo de que o povo descubra a verdade que levará à falência qualquer um que tente.”

O empresário também compartilhou um vídeo do jornalista e ativista ambiental Michael Shellenberger, que divulgou e-mails internos do antigo Twitter. No vídeo, Shellenberger afirma que o "totalitarismo do tipo '1984'" de hoje é mais perigoso do que o do passado, pois não há necessidade de fraudar eleições ou derrubar governos quando o partido no poder, a mídia social e ONGs patrocinadas pelo Estado controlam o ambiente informacional.

A decisão de Alexandre de Moraes de suspender o X no Brasil ocorreu após a plataforma se recusar a nomear um novo representante legal no país. Na quarta-feira, 28 de agosto, Moraes havia dado um prazo de 24 horas para o cumprimento da determinação, que expirou na quinta-feira, 29, às 20h07. A suspensão começou a ser implementada em grande parte dos dispositivos à 0h00 deste sábado, 31 de agosto.