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São Paulo,05/12/2024

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3 mudanças no mundo com vitória de Trump

Trump declarou repetidamente que poderia terminar a guerra entre Rússia e Ucrânia “em um dia”


3 mudanças no mundo com vitória de Trump

As promessas de Trump em relação ao comércio com a China e ao fim dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio devem ser postas à prova em breve. Seu retorno à Casa Branca sugere uma reformulação potencialmente radical na política externa dos EUA, especialmente em um cenário global permeado por crises e incertezas. Durante a campanha, Trump apresentou compromissos amplos e focados no "America First" ("Estados Unidos em primeiro lugar"), sem detalhamento, defendendo menos intervenção externa e uma proteção econômica rigorosa. Sua vitória pode representar uma das mais significativas alterações nas relações exteriores de Washington em anos. Abaixo, são destacadas três áreas onde suas ações são aguardadas, conforme suas declarações e histórico de governo.

Rússia, Ucrânia e Otan

Trump declarou repetidamente que poderia terminar a guerra entre Rússia e Ucrânia “em um dia”, embora sem especificar como. Seus ex-chefes de segurança nacional sugeriram condicionar o envio de armas à Ucrânia para estimular negociações de paz, adiando o ingresso do país na Otan. Críticos argumentam que isso implicaria numa rendição da Ucrânia e traria riscos à segurança europeia, mas Trump assegura que sua prioridade é acabar com o conflito e reduzir os gastos dos EUA. Sua postura em relação à Otan, uma aliança que ele considera onerosa para os americanos, também é observada com cautela, pois seu possível desligamento seria a maior mudança nas relações de defesa transatlânticas em quase um século.

Oriente Médio

Trump prometeu buscar a paz no Oriente Médio, sugerindo uma solução para o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano. Ele associa sua política de “pressão máxima” sobre o Irã, inclusive por meio de sanções e medidas militares, à estabilidade da região. Com uma postura pró-Israel, Trump transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém e mediou os “Acordos de Abraão”, que normalizaram relações de Israel com alguns países árabes, embora tenha isolado os palestinos. Caso retome o poder, ele terá que balancear o apoio a Israel com o objetivo de encerrar os conflitos.

Comércio com a China

A China é um dos principais focos estratégicos dos EUA, e Trump impôs tarifas a produtos chineses, ampliando a tensão comercial. Embora Biden tenha mantido essas tarifas, Trump pode buscar uma abordagem ainda mais dura, impondo sanções comerciais adicionais e fortalecendo o setor manufatureiro americano. Ele tem elogiado o presidente Xi Jinping, mas critica o controle autoritário da China. A segurança de Taiwan também é uma preocupação central, e Trump afirmou que adotaria medidas econômicas rigorosas para dissuadir qualquer ação militar chinesa contra a ilha.

A trajetória de Trump sugere uma política externa marcada por confrontos e negociações imprevisíveis, com foco em interesses imediatos dos EUA.




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