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São Paulo,05/12/2024

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"Autocratas e ditadores fascinavam Trump" diz Merkel em livro de memórias

As memórias de Merkel, enquanto tentam pintar sua trajetória como uma líder pragmática, são um testemunho das escolhas que fragilizaram a Alemanha e a Europa.


Angela Merkel, ex-chanceler da Alemanha, lançou seu livro de memórias, Liberdade, no qual tenta justificar decisões que, ao longo de sua liderança, empurraram a Europa para um colapso social e financeiro, além de enfraquecer a posição da Alemanha como potência global. Merkel, frequentemente celebrada por setores políticos e midiáticos, é também responsável por políticas que resultaram na perda da capacidade do país de controlar sua soberania frente à imigração em massa, criando uma sociedade fragilizada e incapaz de se impor diante de desafios externos.


Sob seu comando, a Alemanha adotou uma postura de extrema passividade, que transformou homens em figuras cada vez mais submissas e desconectadas de um senso de força e identidade nacional. Merkel manteve uma política de portas abertas durante as crises migratórias de 2015 e 2016, aceitando milhões de refugiados sem considerar o impacto cultural e econômico desse movimento. Donald Trump, então presidente dos EUA, apontou diretamente essas falhas em uma reunião com Merkel em 2017, criticando sua "desastrosa política migratória" e a falta de investimento alemão em defesa. Em sua memória, Merkel descreve essas críticas como "emocionais", enquanto ela, aparentemente, permanecia no plano "factual" – uma narrativa que ignora os resultados devastadores de suas ações.


Merkel também defende no livro sua controversa proximidade com a Rússia, uma escolha política que expôs a Europa à dependência energética e deixou países da Otan vulneráveis diante da agressão russa. Ao barrar a entrada da Ucrânia e da Geórgia na aliança em 2008, ela argumentou estar protegendo a estabilidade da Otan, mas, na prática, sua postura contribuiu para o cenário que culminou na guerra entre Rússia e Ucrânia.


As memórias de Merkel, enquanto tentam pintar sua trajetória como uma líder pragmática, são um testemunho das escolhas que fragilizaram a Alemanha e a Europa, tornando o continente refém de crises migratórias e de uma política externa marcada pela hesitação e submissão.




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