ONS alerta para risco de apagão em 11 estados devido à sobrecarga na rede elétrica
Entre os estados mais impactados pelo fluxo reverso, Mato Grosso lidera a lista, com 94% das subestações de fronteira afetadas pelo excedente de energia.

Um relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que 11 estados brasileiros podem enfrentar apagões nos próximos anos devido à sobrecarga da rede elétrica. O problema estaria ligado ao aumento da produção de energia por painéis solares instalados em residências e estabelecimentos comerciais.
A advertência faz parte do Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN), que abrange o período de 2025 a 2029. O documento, divulgado em dezembro de 2024, destaca que Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo estão sob risco de instabilidade no fornecimento de energia.
Crescimento da geração distribuída
Atualmente, o Brasil possui uma capacidade instalada de 33 gigawatts (GW) em Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), sendo a maior parte proveniente de sistemas solares fotovoltaicos. Segundo o relatório, a expectativa é que esse número chegue a 50 GW até 2029, intensificando desafios operacionais para o SIN.
O crescimento da geração descentralizada tem gerado o chamado "fluxo reverso", fenômeno em que o excedente de energia não consumida é devolvido à rede elétrica. Esse movimento bidirecional pode sobrecarregar a infraestrutura de distribuição, aumentando o risco de falhas.
"Uma das principais conclusões neste cenário de expansão da geração conectada diretamente às redes de distribuição é a necessidade de as distribuidoras ou agregadores assumirem um papel mais ativo, atuando como operadores dos sistemas de distribuição (DSOs) e de forma coordenada com o ONS", destaca o documento.
Estados mais afetados
Entre os estados mais impactados pelo fluxo reverso, Mato Grosso lidera a lista, com 94% das subestações de fronteira afetadas pelo excedente de energia. Piauí aparece em seguida, com 73%, e Minas Gerais, com 43%.
O relatório pede por medidas regulatórias e operacionais para "garantir a estabilidade" do sistema elétrico nacional diante da crescente descentralização da geração de energia. O que deveria ser a solução, nas descentralização de geração de energia, tem visto como um problema pelo estado, que é incapaz de gerenciar o problema, principalmente não punindo quem gera sua própria energia.
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