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São Paulo,07/05/2025

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Papas africanos na história da Igreja Católica: legado e possibilidade de retorno

Caso se confirme, não será a primeira vez que um líder da Igreja Católica virá do continente africano.


Papas africanos na história da Igreja Católica: legado e possibilidade de retorno


A possibilidade de um novo papa africano volta a ser debatida após especulações sobre a sucessão do Papa Francisco. Três cardeais africanos são apontados como potenciais sucessores: Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo), Peter Kodwo Appiah Turkson (Gana) e Robert Sarah (Guiné). Caso se confirme, não será a primeira vez que um líder da Igreja Católica virá do continente africano.


Historicamente, há registro de três papas com origens no norte da África: Victor I, Melquíades e Gelasius I. O mais recente deles esteve no cargo há mais de 1.500 anos. A presença africana na liderança eclesiástica ocorreu em um contexto em que o cristianismo era amplamente praticado no norte do continente, região que fazia parte do Império Romano. Atualmente, essa área corresponde a países como Tunísia, nordeste da Argélia e parte da Líbia.


Victor I (pontificado entre 189 e 199 d.C.)

De origem berbere, Victor I liderou a Igreja em um período de perseguições intermitentes aos cristãos. É reconhecido por ter estabelecido que a celebração da Páscoa ocorresse sempre aos domingos, prática que consolidou a liturgia ocidental e sinalizou disputas entre as tradições cristãs do Oriente e do Ocidente. Durante seu papado, também promoveu o uso do latim como língua oficial da Igreja, substituindo gradualmente o grego.


Melquíades (pontificado entre 311 e 314 d.C.)

Natural da África, Melquíades foi papa em um momento de transição importante, quando o cristianismo deixava de ser perseguido e começava a ganhar status oficial dentro do Império Romano. Recebeu do imperador Constantino um palácio e autorização para construir a Basílica de Latrão, considerada a igreja mãe do catolicismo. Com isso, tornou-se o primeiro papa a ter uma residência oficial. Sua gestão marcou o início da institucionalização do cristianismo no Império.


Gelasius I (pontificado entre 492 e 496 d.C.)

Embora algumas fontes o mencionem como nascido em Roma, é consenso entre historiadores que Gelasius I tinha origens africanas. É considerado o mais influente dos três. Foi o primeiro papa a ser chamado de "Vigário de Cristo", título que consolidou a autoridade papal. Também formulou a "Doutrina das Duas Espadas", que estabelecia a separação entre os poderes espiritual e temporal, conferindo, contudo, primazia à Igreja. Durante o Cisma Acaciano, reafirmou a supremacia da Sé de Roma frente às igrejas orientais.


Os três papas foram canonizados e fazem parte da história inicial da Igreja Católica. O debate atual sobre a possibilidade de um novo papa africano reacende a lembrança desse passado e levanta questionamentos sobre representatividade geográfica na liderança da Igreja nos tempos contemporâneos.




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